Corpo para um lado, cabeça para
outro! Era uma vez um Benedito!
E a cabeça ainda esfacelou-se em
vários pedaços.
- Jesus! Maria! José! O que será
de mim agora? Dona Nicinha quando souber que quebrei a cabeça do santo dela,
vai arrancar a minha fora!!
Noca sentia como se fosse para o
matadouro! Era o fim de sua vida. Dona Nicinha gostava demais daquele santo,
ela estava frita, cozida e assada!!
Por sorte dona Nicinha estava
fora, tinha ido para a cidade comprar alguns tecidos.
Noca juntou os cacos do pobre
Benedito, enrolou em um jornal e guardou no armário da cozinha, na parte mais
alta, atrás da lata de farinha.
A pobre mal conseguia terminar
seus afazeres, de tanto que chorava.
Foi quando Maria Cândida chegou
da escola. Deu um susto em Noca, como era costume seu fazer, e logo lhe deu um
abraço.
Noca não se mexeu. Só fazia
chorar.
- Noquinha, o que foi? Por que
você tá chorando?
Candinha, como era chamada desde
criança, era muito apegada à Noca. Cresceu sozinha com ela. Seu pai sempre
fora, com suas atividades políticas e sua mãe dedicada às obras religiosas.
- Fo-o-o-o-i o Benedito.
Noca falou e logo voltou a
chorar.
- Que Benedito, mulher? Quem é
esse? E teu marido já?
-Menina, num fala “blasfêma”!
Benedito é o santo! O neguinho de sua mãe!
Era assim que dona Nicinha se
referia a ele.
- O que tem o santo?
- Eu quebrei ele...
E Noca desabou a chorar de novo.
Candinha abraçou Noca e disse:
- Calma Noquinha! Não fica assim
não! Nós vamos dar um jeito!
Continua...
Nenhum comentário:
Postar um comentário