quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Reforma da Previdência


Hoje é Quinta!

Coloque o sal na boca!

Teremos em breve mais uma reforma que deverá ser encaminhada para votação: a Reforma da Previdência.

As perspectivas não são das melhores. Existe um rombo que só aumenta. E quando se fala em “rombo”, não se trata exclusivamente  de desvios de recursos ou má gestão do dinheiro.

Este déficit também é resultado de fatos positivos, como a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros, o que afetou diretamente sua expectativa de vida, criando um descasamento entre a quantidade de novos contribuintes e a quantidade de novos beneficiários.

Outro fator que vem contribuindo para o aumento desde descasamento é o crescimento  da informalidade, o que reduz os contribuintes ativos, dificultando ainda mais o sustento do fundo.

Passarei rapidamente sobre o fato de termos nos fundos de Previdência pensões altíssimas, como no caso de militares, que desenquadram completamente do teto estipulado para a maioria das pensões pagas hoje.

O que ocorre é que as reformas propostas pelo Governo, não pretendem rever essas disparidades de algumas aposentadorias de militares que chegam a valores em torno de R$ 70.000,00 mensais, enquanto grande parte da população se digladia em torno de um salário mínimo.( O por quê eu não sei...)

Outro item que será revisto é o caso dos benefícios assistenciais para deficientes, que segundo o texto da proposta do Governo, por seus beneficiários nunca terem contribuído, é considerado injusto com os outros beneficiários que contribuem.

Bem, utilizando novamente como exemplo os militares, as filhas mulheres de militares que não casarem contam com pensão vitalícia do pai, o que segundo me explicou um militar, “na ausência de um outro homem para cuidar dela, o Estado fará esse papel.”

Isso não será revisto. Não deve ter sido considerado injusto pelo Governo. ( Mas as filhas de militares fornicam e tem filhos, só não casam no papel, o por quê eu também não sei...)

Além das mudanças citadas aqui, temos a igualdade de idade de aposentadoria entre homens e mulheres, o aumento do tempo mínimo de contribuição, o aumento da idade mínima de aposentadoria e outros.

Não quero aqui criar polêmica em relação aos militares. Quem quis foi quem criou tantos benefícios para eles...

Quando a proposta for realmente apresentada, poderemos voltar a falar item a item. O intuito aqui é outro.

Escolhemos como tema uma proposta ainda não terminada para servir de reflexão pela complexidade do tema, pois engloba questões que infelizmente não vemos no debate público.

Nosso país nos últimos 15 anos melhorou as condições de vida de sua população.

Temos hoje uma taxa de natalidade extremamente controlada com uma média de 1 a 2 filhos por família (Dados do IBGE)

Em uns 20 anos nosso país se tornará um país velho, como aconteceu com o Japão. Com um pequeno, mas importante detalhe: o japonês POUPA. Nós NÃO!

Com uma população ativa infinitamente menor à população aposentada, a pirâmide previdenciária ficará invertida e não terá como se sustentar.

Mesmo aprovando todas as propostas que o Governo pretende, se não houver uma revisão das pensões militares e não se fizer uma análise atuarial autossustentável da previdência, que siga talvez os moldes dos planos privados, (posso até estar sendo imprudente),  o futuro diante dessa perspectiva de inversão que se constrói, promete ser tenebroso.

É necessário medidas imediatas e que atinjam principalmente aos que afetam as estruturas financeiras da Previdência Social, o que hoje não é representado pelos muitos beneficiários de um salário mínimo, mas pelos poucos, que concentram grandes valores.

Com esse desequilíbrio nas contas da Previdência, devemos ter consciência que o nosso futuro é uma responsabilidade que vai além do Governo Federal. 

É necessário que ele faça a parte dele em uma reforma que equilibre essas disparidades de valores e enquadramentos de benefícios, mas a nós, diante da perspectiva de futuro que se vislumbra, cabe uma mudança de atitude, com planejamento, economia e uma fuga dessa roda desesperada de consumo que tentam nos colocar diariamente. 

Ou então vamos fazer filho, pra poder sustentar nossa velhice, porque do jeito que tá, podem reformar, implodir, construir de novo, que não vai ter jeito!

O Governo arruma a casa dele! A gente cobra e acompanha! Mas devemos também arrumar a nossa!

Pode chupar o limão!


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