Hoje é Quinta!
Coloque o sal na boca!
Teremos em breve mais uma reforma que deverá ser encaminhada
para votação: a Reforma da Previdência.
As perspectivas não são das melhores. Existe um rombo que só
aumenta. E quando se fala em “rombo”, não se trata exclusivamente de desvios de recursos ou má gestão do
dinheiro.
Este déficit também é resultado de fatos positivos, como a
melhoria da qualidade de vida dos brasileiros, o que afetou diretamente sua
expectativa de vida, criando um descasamento entre a quantidade de novos
contribuintes e a quantidade de novos beneficiários.
Outro fator que vem contribuindo para o aumento desde descasamento
é o crescimento da informalidade, o que
reduz os contribuintes ativos, dificultando ainda mais o sustento do fundo.
Passarei rapidamente sobre o fato de termos nos fundos de Previdência
pensões altíssimas, como no caso de militares, que desenquadram completamente
do teto estipulado para a maioria das pensões pagas hoje.
O que ocorre é que as reformas propostas pelo Governo, não
pretendem rever essas disparidades de algumas aposentadorias de militares que
chegam a valores em torno de R$ 70.000,00 mensais, enquanto grande parte da
população se digladia em torno de um salário mínimo.( O por quê eu não sei...)
Outro item que será revisto é o caso dos benefícios
assistenciais para deficientes, que segundo o texto da proposta do Governo, por seus beneficiários
nunca terem contribuído, é considerado injusto com os outros beneficiários que contribuem.
Bem, utilizando novamente como exemplo os militares, as
filhas mulheres de militares que não casarem contam com pensão vitalícia do
pai, o que segundo me explicou um militar, “na ausência de um outro homem para
cuidar dela, o Estado fará esse papel.”
Isso não será revisto. Não deve ter sido considerado injusto
pelo Governo. ( Mas as filhas de militares fornicam e tem filhos, só não casam no papel, o por quê eu também não sei...)
Além das mudanças citadas aqui, temos a igualdade de idade de
aposentadoria entre homens e mulheres, o aumento do tempo mínimo de
contribuição, o aumento da idade mínima de aposentadoria e outros.
Não quero aqui criar polêmica em relação aos militares. Quem
quis foi quem criou tantos benefícios para eles...
Quando a proposta for realmente apresentada, poderemos
voltar a falar item a item. O intuito aqui é outro.
Escolhemos como tema uma proposta ainda não terminada para
servir de reflexão pela complexidade do tema, pois engloba questões que
infelizmente não vemos no debate público.
Nosso país nos últimos 15 anos melhorou as condições de vida
de sua população.
Temos hoje uma taxa de natalidade extremamente controlada
com uma média de 1 a 2 filhos por família (Dados do IBGE)
Em uns 20 anos nosso país se tornará um país velho, como
aconteceu com o Japão. Com um pequeno, mas importante detalhe: o japonês POUPA.
Nós NÃO!
Com uma população ativa infinitamente menor à população
aposentada, a pirâmide previdenciária ficará invertida e não terá como se
sustentar.
Mesmo aprovando todas as propostas que o Governo pretende, se
não houver uma revisão das pensões militares e não se fizer uma análise atuarial autossustentável
da previdência, que siga talvez os moldes dos planos privados, (posso até estar
sendo imprudente), o futuro diante dessa
perspectiva de inversão que se constrói, promete ser tenebroso.
É necessário medidas imediatas e que atinjam principalmente
aos que afetam as estruturas financeiras da Previdência Social, o que hoje não
é representado pelos muitos beneficiários de um salário mínimo, mas pelos
poucos, que concentram grandes valores.
Com esse desequilíbrio nas contas da Previdência, devemos
ter consciência que o nosso futuro é uma responsabilidade que vai além do
Governo Federal.
É necessário que ele faça a parte dele em uma reforma que equilibre
essas disparidades de valores e enquadramentos de benefícios, mas a nós, diante
da perspectiva de futuro que se vislumbra, cabe uma mudança de atitude, com
planejamento, economia e uma fuga dessa roda desesperada de consumo que tentam
nos colocar diariamente.
Ou então vamos fazer filho, pra poder sustentar nossa
velhice, porque do jeito que tá, podem reformar, implodir, construir de novo,
que não vai ter jeito!
O Governo arruma a casa dele! A gente cobra e acompanha! Mas
devemos também arrumar a nossa!
Pode chupar o limão!
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